terça-feira, 15 de agosto de 2017

26

São 17h05, é quarta-feira, estou ocupando uma mesa de uma lanchonete, ouvindo Junho - a canção mais verdadeira e melancólica que conheci aos 24 anos.

É um entardecer agradável, do lugar onde estou é possível observar os passantes; pessoas indo e vindo, num frenético desfile de destinos. Os pássaros fazem uma revoada interessantíssima, o Céu esta em um azul sublime, as nuvens num tom de cinza, dão um charme todo especial à pintura de Deus. Sozinha, no meu lugar, eu contemplo tudo e me pergunto se mais pessoas costumam fazer isso. A tela celeste está realizando um espetáculo único, o crepúsculo, porém alguns talvez estejam ocupados demais para notar. E eu me pergunto mais uma vez, se sou a única agora a perceber tudo isso.
Quando a tardinha chega, olhando o pôr do sol, eu faço uma longa viagem que nunca tem destino certo; transporto-me para lugares que nem sei definir se são reais, se  foram, ou se jamais existirão. Reencontro com indivíduos que não são difíceis de reconhecer, eu os observo passar, e quando me dou conta,  ainda estou olhando para o pôr do sol. Toda tardinha eu sinto que sou contemplada, alguém no infinito me olha, me pergunto o que Ele pensa a meu respeito.