Acredito que quando escolhemos uma garota para ser a melhor amiga,
essa pessoa deveria ficar nessa posição para sempre.
Eu faço um decreto:
Melhoras amigas devem ser para sempre.
MEU NOME É LAILA, TENHO 27 ANOS E ESSA, BEM, ESSA É A MINHA
HISTÓRIA.
Na escola eu sempre fui apelidada de muitas coisas, eu nunca
fui querida pelas minhas primas, todas as amigas sempre me deixavam no final; e
eu nunca sabia o porquê de sempre andar sozinha.
Eu me acostumei com a solidão aos oito anos, a minha primeira melhor amiga me deixou,
seus pais se mudaram para outro estado, então nós não tivemos uma opção. Tempos depois , ela voltou, mas não era a
mesma. Fui trocada por uma garota mais velha. Aos dez eu fiz minha segunda melhor amiga. Legal,
parece estranho, a questão é que ela também
me deixou, outro estado a esperava. A Karina
- esse era o seu nome - viveu
anos por lá, quando voltou, claro, não era mais a mesma. Ela estava alta, corpo diferente, olhava-me
com indiferença e passou a andar com as
mais velhas. Honestamente, eu não sei
bem a razão, porque as mais e velhas tinham apenas um ano a mais que eu. Mas...
Quando tinha 11 anos
eu fiz outra amizade. Esta durou longos anos, crescemos juntas, conversávamos sobre
tudo e todos, eu era cheia de sonhos. E contava todos para ela: fazer
faculdade, morar sozinha, escrever um livro, ser independente. Não sei se isso a deixava muito feliz, pois
ela sempre questionava meus sonhos julgando serem de muita prepotência.
Quando fiz 22 anos ela me deixou. Talvez você esteja se
perguntando se ela viajou também. Visto que todas as anteriores tinham sangue
doce para mudanças de estado. No entanto,
não foi isso que aconteceu. Ela me trocou por um cara. Não, eu não sou lésbica,
respeito quem é, porém não sou.
Como amigas, nós compartilhávamos segredos. Eu fui vidrada
em um cara durante longos anos, sempre
dividi isso com ela, entretanto, eles se conheceram pessoalmente e...
Vocês sabem.
Confesso que aquilo me magoou bastante, já éramos adultas, nossos atos já diziam muito sobre nós e não se resolviam tão facilmente como na época da escola.
Eu não a feri com palavras, não bati na cara dela, não quis machucá-la,
enquanto isso eu estava em pedaços. Não podíamos ser as mesmas. Nossa relação
foi profundamente abalada e ela escolheu. Optou por se afastar de mim. Eu, na
verdade, já havia me afastado. Era muita dor. Não consegui encará-la outra vez.
Acabei ficando solitária e triste durante muitos anos. Compartilhava minha dor com meus livros,
filmes melosos e cadernos, às vezes, com as plantas. Elas sabem ouvir
direitinho.
Tá, eu não esperava fazer vocês chorarem com isso, possivelmente vocês devem pensar que
há algo de errado comigo, afinal de contas, ser abandonada tantas vezes só pode
ter uma razão.
É provável que esta razão exista, todavia ainda não refleti
bem a respeito, talvez eu tenha medo da resposta.
Eu não ia escrever nada hoje, mas estava vendo um filme
meloso e quando fico emotiva, quero escrever. ( Eu não devia ser tão óbvia com o título, mas não sabia o que colocar.).
Boa noite!
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